Quarta, 05 de Novembro de 2025

Mulheres Jovens no Brasil São Mais Progressistas Que Homens

Pesquisa destaca diferenças de gênero em visões políticas e sociais entre jovens brasileiros.

05/11/2025 às 14:46
Por: Redação
**Jovens brasileiras são mais progressistas que homens, revela pesquisa** *Estudo aponta que mulheres jovens têm posições mais à esquerda, enquanto homens são mais conservadores.* As jovens mulheres brasileiras atualmente mostram-se mais progressistas em relação aos homens, que assumem posturas mais conservadoras, segundo a pesquisa Juventudes: Um Desafio Pendente, divulgada pelo FES Brasil nesta quarta-feira (5). O levantamento inovador entrevistou 2.024 jovens entre 15 e 35 anos, utilizando painéis online. Apesar dessa divergência, o estudo revela um consenso entre gêneros sobre a importância das políticas públicas e a redução das desigualdades sociais no país. Entre as mulheres, 65% enfatizam políticas de saúde, educação e combate à pobreza. A pesquisa também destacou que a tendência conservadora masculina é comum em outros países analisados. Willian Habermann, diretor de Projetos da FES Brasil, observou que tal comportamento reflete-se em questões como aborto e posição política, onde os homens são menos propensos a destacar problemas como pobreza e acesso a direitos comparados às mulheres. No cenário político brasileiro, 38% dos jovens se identificam com a direita, 44% com o centro e 18% com a esquerda. Entre as mulheres, 20% se alinham à esquerda, mais do que os 16% dos homens. Contudo, Habermann destaca que isso não reflete um comprometimento com todo o ideário de extrema direita. Muitos jovens, embora desinteressados em política, reconhecem a importância das políticas sociais, educação e segurança pública. Quando se trata de valores sociais, 66% dos jovens apoiam a liberdade de orientação sexual, enquanto 58% aceitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contudo, acerca do aborto, apenas 33% defendem sua legalização. Habermann aponta uma resistência ao aborto enraizada na América Latina. A confiança nas instituições políticas é baixa: 57% desconfiam dos partidos e 45% da presidência. Jovens negros apresentam maior desconfiança na polícia e no sistema judiciário, refletindo desigualdades raciais. No entanto, redes sociais são centrais: 60% buscam informações nesses canais diariamente, enquanto televisão ainda é uma forte presença. Por fim, 86% dos jovens acreditam que educação e saúde devem ser prioritárias, enquanto 88% mantêm expectativas otimistas sobre seu futuro a despeito das dificuldades econômicas. A pesquisa, iniciada em 2023 em diversos países da América Latina, visa fortalecer o entendimento sobre as aspirações e visões políticas da juventude na região.

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