O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reafirmou nesta segunda-feira (22) seu compromisso inabalável com a defesa da democracia no Brasil, após a revogação de seu visto de entrada nos Estados Unidos. A declaração foi feita durante o evento “Direito, democracia e crédito: construindo um desenvolvimento sustentável e equitativo”, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro.
Messias enfatizou que a defesa da democracia é um dever ético e político de sua geração, minimizando a importância da revogação do visto. "Se eu tiver que perder meu visto para os Estados Unidos, para que filhos não percam os seus pais, eu perco meu visto. Não vale a pena", declarou o ministro.
"Não vamos abrir mão daquilo que nós acreditamos, daquilo que nós juramos defender. A democracia é um elemento fundamental. Nós não vamos abrir mão da nossa democracia", complementou, ressaltando que a redemocratização foi fruto de uma luta coletiva e que as novas gerações têm a responsabilidade de preservar os avanços conquistados.
O ministro ressaltou ainda que a redemocratização foi fruto de luta coletiva e que cabe às novas gerações preservar os avanços conquistados.
A revogação do visto de Messias se soma a medidas similares tomadas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, além de outros membros do governo brasileiro.
Essa ação do governo norte-americano é vista como parte de um pacote de retaliações impostas por Donald Trump em resposta ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe de Estado.
Durante o evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, expressou solidariedade a Jorge Messias, classificando a revogação do visto como uma "injustiça brutal". Ele elogiou a postura ética e os princípios democráticos do ministro, afirmando que seu sacrifício será reconhecido.